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Os tipos de whisky e a diferença entre eles

Você se encontra numa loja de bebidas ou no corredor do supermercado que vende whiskies e não sabe o que comprar. Tranquilo que iremos te ajudar.

9 minutos

O que é whisky?

Primeiro, é importante saber algumas informações básicas. Whisky é um destilado feito basicamente de algum cereal, água e leveduras. E quanto melhor a qualidade desses três, melhor será um whisky. E este cereal pode ser de milho, centeio, cevada, trigo, aveia ou outro grão.

Os tipos de whiskies

A diferença principal entre whiskey e whisky é a sua origem e processo de produção.

Em toda Escócia é conhecido como scotch whisky. Já em outros países como a Irlanda, é conhecido como Irish Whiskey ou Bourbon Whiskey quando é feito nos Estados Unidos.

Bourbon

Todo bourbon só pode ser chamado de bourbon quando: for destilado em solo americano e, em sua composição (chamada mashbill) possuir no mínimo 51% de milho. Daí existe um bem parecido, chamado de Rye Whiskey, onde em seu mashbill temos um mínimo de 51% de centeio. O bourbon é mais adocicado e o rye mais picante e menos doce. As notas principais são de caramelo, baunilha e coco.

Nos Estados Unidos, todo bourbon ou rye whiskey é maturado em barril de carvalho americano virgem torrado. E o que isso quer dizer? ste barril novo foi torrado por dentro e não foi usada nenhuma bebida antes para dar sabor ao barril.

Já outros tipos de whisky temos os seguintes: single malt, blended malt, single grain, blended grain e scotch blended.

Single Malt

O Single malt digamos que seria o clássico do clássico. Tipo um Aston Martin DB5 do 007. Ele é feito de cevada maltada, o cereal mais rico em sabores e aromas quando destilado. Quando você ler em algum rótulo por aí escrito “single malt”, entenda que além de cevada maltada, ele foi destilado em uma única destilaria e em alambiques de cobre (estilo pot still). Certamente foi envelhecido em barril de carvalho americano ou europeu por no mínimo de 3 anos e engarrafado com um teor alcóolico de 40% no mínimo. Tem mais personalidade em aromas e sabores e vai refletir traços peculiares de sua região e destilaria. Notas bem definidas como floral, frutado, encorpado e amadeirado ou trufado (defumado salgado).

Aqui vai uma observação importante mas que muita gente faz confusão. Mesmo que a mesma destilaria, misture( ou “blenda”) maltes de barris com idades diferentes para fazer uma garrafa, continua sendo single malt por manter suas principais características de padrão de produção.

Blended Malt

Seguindo pelos tipos, temos o Blended Malt, que é uma mistura de single malts. Suponhamos que o sr. João produz single malt na fazenda dele e se encontrou com seu Nhô Chico, vizinho de outra fazenda que também produzia single malt. E daí os dois resolvem misturar seus single malts. Voilá! Temos um Blended Malt.

Leu em algum rótulo Blended Malt? Saiba que é uma mistura de dois ou mais single malts.

Single Grain e Blended Grain

Agora vamos para o Single Grain. São whiskies bem mais suaves, florais e frutados. Muito semelhante ao single malt, pois também é produzido em uma única destilaria mas de diversos grãos não maltados como milho, trigo, centeio e aveia. Normalmente seus alambiques são de coluna contínua e não de cobre estilo pot still. O Blended Grain é a mistura de um ou mais single grain.

Scotch Blended

E finalmente por último, o Scotch Blended. Feito com uma rica mistura com diverso whiskies de grão. Pode ter de 10 a 60 tipos de whiskies diferentes, inclusive contendo o single malt em sua mistura. A proporção é mantida em segredo pelo Master Blender de cada destilaria.

Por aqui eu encerro a primeira parte que é a distinção dos tipos de whiskies.

A idade do whisky, é relevante?

Agora vamos pra segunda parte: ter idade no rótulo ou não. O que isso significa, que whiskies mais velhos são sempre melhores? Nem sempre, meu caro gentleman. É aí que entra o fator do barril, da qualidade dessa madeira, que tem um grande peso. Infelizmente a indústria do whisky não traz todas as informações que seriam importantes para o rótulo. Um fato incontestável é: pela SWA (Scotch Whisky Associassion) quando não há idade declarada no rótulo, podemos afirmar que o malte mais jovem daquela garrafa possui 3 anos.

Anota aí: todo whisky sem idade de rótulo, tem uma nomenclatura chamada de NAS (No age statement).

E quando na garrafa tem escrito 12 anos, o que significa? Que por normas escocesas, o malte mais jovem daquela garrafa possui 12 anos e mesmo assim pode conter outros maltes mais velhos.

Agora você vai mais seguro e confiante pra uma loja de bebidas ou pra um supermercado

Certamente não será uma loteria comprar um.

Um pouco de teoria ajuda, mas e a parte boa onde fica?

Agora que você aprendeu alguns conceitos e a selecionar para comprar, falta aprender a apreciar. Bom, assunto polêmico ou não, mas a verdade é que não existe regras pra se beber seu whisky. Você é merecedor e você o bebe como bem quiser. Isso é o que chamamos de degustação por prazer. Seja com gelo, misturado (energético, água gasosa ou de coco), é o seu momento e tá tudo certo, parceiro.

Mas existem outros caminhos em que você pode aprender de forma bem simples como é uma degustação analítica, para extrair o máximo daquele espírito adormecido por anos em um barril. Vem comigo que eu te mostro como!

Antes de mais nada, vamos descartar o gelo e qualquer bebida que você adoraria misturar. Primeiro é que o gelo vai esconder muitas notas do whisky, além de dar uma leve anestesiada nas suas papilas gustativas da língua e, vai aguá-lo de uma forma descontrolada. São 3 pequenos passos pra você não fazer feio em lugar nenhum, seja na casa do amigo que entende ou na sua casa com seus amigos.

Primeiro você vai precisar de uma taça adequada. No mercado, você encontra a taça ISO de degustação ou a taça para vinho do porto. Mas saiba que existe a taça oficial para degustação de whisky, conhecida como glencairn. Taça na mão e garrafa aberta, chegou a hora! Bora para os seguintes passos: o visual, o olfato e o paladar.

Coloque uma pequena quantidade de whisky na taça. Neste primeiro momento, não agite ou gire a taça como se fosse um vinho, meu nobre. Este espírito tem no mínimo 40% de álcool (vinhos em torno de 11-12%) e certamente se isso você fizer vai sentir puro cheiro de álcool. Faça assim, tente apenas girar a taça lentamente de forma que o whisky cubra toda a parede dela. Isso irá formar uma lágrima que, caso ela escorra lentamente com um aspecto oleoso, pode indicar algo de mais idade, ou abv mais alto, ou que foi destilados em alambiques mais baixos. Repare a cor do whisky e associe com tons de palha, raios de sol, dourado, âmbar, cobre ou tons vínicos.

O segundo passo é o olfato. O olfato é um sentido primitivo que nós temos. E, por isso vai invocar memórias afetivas. Sabe aquele doce preferido da avó? Ou algo que você comeu numa viagem inesquecível? Ou aquele cheiro gostoso de padaria? Exercite sua memória! E não se estranhe se identificar também algo muito inusitado como cheiro de chuva no asfalto, grama molhada, cimento fresco, ou tinta de caneta. Apenas deixe sua memória agir. Dizem que no olfato está mais de 50% de sua experiência de degustação.

Agora é o paladar! Até que enfim! Vamos beber! Mas vá com calma. É bem alcóolico, vai queimar a boca e a garganta!

Ao bebê-lo pela primeira vez, segure-o na boca por uns segundos, movimentando pelos quatro cantos até deixa-lo descer lentamente pela garganta. Apenas o primeiro gole é agressivo. Porque já do segundo em diante, ele será seu melhor amigo, fique tranquilo. E mais uma vez, deixe sua memória dar uma viajada! Sabores como panetone, frutas secas, chá de camomila ou erva doce, compotas de frutas, madeira, churrasqueira apagada, bacon... São infinitas as possibilidades.

E por fim, o retrogosto. O que o whisky deixa de registro em sua boca. É longo, curto, queima, arde, é doce ou salgado.

Degustar um whisky é tirar um momento contemplativo. É descobrir suas camadas a cada visita que ele faz em sua boca. É decifrar os enigmas de quem o criou, de identificar tantos sabores e aromas unidos em um líquido só. É quase que ir a um concerto de uma orquestra e identificar cada instrumento...

Taças ao alto, porque agora merecemos fazer um brinde como um bom escocês o faz em gaélico: Slàinte Mhath!