Quando se fala de comunicação, estamos olhando para dois universos que se conectam totalmente: o verbal e o não verbal. Se engana quem pensa que comunicar de verdade, se refere apenas a forma que escrevemos ou falamos. A comunicação vai além e hoje em dia tudo, absolutamente tudo, comunica de alguma forma.
Na atualidade, se queremos nos tornar profissionais mais completos e assertivos, precisamos trazer a comunicação como um dos nossos pontos fortes, por isso a importância de construir a forma de como se comunicar a partir da sua marca, seja ela pessoal ou não, é essencial ter consciência disso. Sim, através da sua comunicação verbal e não verbal, você constrói a sua identidade profissional, que pode ser um diferencial muito grande seu, do seu produto, serviço, da sua marca!
Mas afinal de contas, do que se trata comunicar verbalmente e de forma não verbal?
Bem, a comunicação verbal é mais fácil ser compreendida a sua definição, pois ela é a forma mais óbvia que acostumamos a sermos ensinados desde que estamos no mundo, como o próprio ato de fala, as conversas, mas também a escrita. A comunicação verbal é direta e explícita, pois as palavras são usadas para expressar pensamentos, ideias, sentimentos e informações.
Já a comunicação não verbal, é tudo aquilo que não há o envolvimento de palavras. Envolve o uso de gestos, expressões faciais, postura corporal, tom de voz, contato visual, distância física entre as pessoas (proximidade ou distância), entre outros elementos que poderíamos pensar. Geralmente a comunicação não verbal serve muito bem como um complemento a comunicação verbal. A comunicação visual, é um dos pilares da comunicação não verbal, mas nesse The Post de hoje, o foco é pensarmos nela, para além do que você veste.
A comunicação no dia a dia
Como a comunicação pode estar presente rotineiramente? Isso estará presente de forma diversificada no seu dia a dia, ah… O silêncio também é uma forma de comunicar, assim como a escolha proposital de não “vestir algo” ou comunicar algo intencionalmente. Por outro lado, a comunicação rotineira acaba deixando de ser tão simples e acaba se complicando um tanto, ou talvez sejamos nós quem trás um significado muito mais complexo do que realmente pode ser. Mas em que ponto foi que esta comunicação se complica e deixamos de lado a essência da simplicidade, buscando ser substituída pela robustez e complexibilidade?
Quando deixamos de lado a nossa essência, a nossa identidade pessoal e profissional. Quando não sabemos quem somos, nem o que fazemos, porque talvez estejamos querendo seguir o “temporal”, o “modismo”, “as tendências” o tempo todo, sem ao menos se questionar se faz sentido para você. Será que o que “todo mundo está usando e fazendo” combina realmente com você e com a sua marca?
Atemporal X Temporal / Tendência X Tradicional
Dá para ser simples e se vestir bem? E comunicar de forma objetiva? O universo da moda, de fato, traz muito senso de tendências e modismos. O que precisamos trazer em questão e estarmos sempre em reflexão é: esse modismo (se tratando de vestimentas, acessórios, identidade visual, comunica a sua real identidade dentro dos diversos contextos que você pode estar inserido) representa você no trabalho até um barzinho com os seus amigos? E ainda: posso ser clássico, tradicional e ao mesmo tempo ser fashionista? Claro que pode, mas faz sentido para o que você quer comunicar?
Quando se fala em contexto profissional, o que é importante pensarmos? Para construção da identidade, é essencial começarmos a trabalhar em seu posicionamento, seja marca pessoal, seja a marca da sua empresa, ou a qual você trabalha. Aqui a tendência e o modismo caem por hora e dão espaço ao que faz sentido e comunica você de verdade, como profissional. Do que adianta complicar e não ser prático para o seu dia a dia? Do que adianta não comunicar o que você é de verdade? O seu posicionamento tem tudo a ver com a sua comunicação, sabia disso? Portanto, comece refletindo:
- Como eu quero que o nicho onde estou inserido, me reconheça como profissional?
- Qual é o meu mood profissional? Como eu traduzo isso em identidade e comunicação?
- Quais são os traços autênticos e diferenciais que eu tenho e posso entregar?
Por isso, trazer a sua identidade agregando o seu posicionamento, juntamente da praticidade de sua rotina, é o que fará dessa construção como um todo de comunicação e marca, forte e autêntica!
A primeira impressão importa e é a que fica!
Temos o costume de dizer que não podemos dar apenas atenção às aparências, porque se acredita que “as aparências enganam”. Imagine só: se você estivesse em um supermercado querendo comprar uma caixa de leite e a sua frente estivessem duas caixas da mesma marca, porém uma delas extremamente amassada e danificada, mesmo sabendo que o leite ali dentro esteja dentro da validade. Qual você compraria? O da caixa intacta, com certeza é o que a maioria tende responder, certo? Portanto, dar atenção apenas às aparências, realmente é um descuido, mas dizer que as aparências não importam… Estaríamos nos contradizendo, partindo do fato que nós, seres humanos, somos extremamente VISUAIS. Lembra que comunicação não verbal, também é sobre comunicação visual?
A primeira impressão é a que geralmente se estabelece e normalmente ela é feita nos primeiros segundos do primeiro contato com a outra pessoa, sabia disso? Estudos mostram que as primeiras impressões podem ser formadas em milissegundos e antes mesmo da pessoa falar. Uma pesquisa de Willis e Todorov (2006), indicou que as pessoas podem formar impressões precisas de características como confiança e competência em apenas uma décima de segundo. Assim, para refazermos essa “boa primeira impressão “, estudos mostram que se demora em média o triplo de horas em contato físico com essa mesma pessoa, para restabelecer a confiança e construir novas impressões, ou seja, mais uns 3 a 4 encontros. Portanto, é recomendado que você cuide desse primeiro contato desde o início, partindo do ponto de como você “aparenta”, comunica primeiro do que o que você fala, afinal a comunicação pode envolver: tudo!.
Quais são os fatores que interferem na primeira impressão?
- Aparência Física;
- Linguagem Corporal;
- Comunicação Verbal e Não Verbal;
- Contexto Social e Cultural.
A primeira impressão no mundo digital, também importa, mas este é assunto para um próximo The Post.
Como comunicar bem para além do que você veste?
Ter em mente que uma comunicação boa e assertiva, é uma comunicação eficaz, te leva a voltar a pensar “básico” nessa construção para não cometer erros. Dá para ser básico e mesmo assim comunicar muito bem e com intenção, o que você deseja.
Você sabe gerar uma identificação, através da sua comunicação, com o objetivo que você tem em comunicar o que quer profissionalmente? Começando pelo seu posicionamento, pense também na sua comunicação verbal, ter em mente o seu propósito, partindo da sua essência, de quem você é, quais são os seus princípios e valores, negociáveis e inegociáveis… Isso tudo, te leva a uma clareza mental muito grande, resultado? A sua comunicação verbal é muito mais coerente, na escolha de palavras adequadas de acordo com o seu objetivo.
Agora se pensarmos na sua comunicação não verbal, como a sua postura (o seu corpo) reage a determinada situação? As linguagens do corpo trazem muitos sinais os quais podem revelar muito sobre nós, é uma forma poderosa de comunicação não verbal que pode mostrar muito sobre os sentimentos, pensamentos e intenções de uma pessoa. Vamos a alguns exemplos:
- O que a sua postura revela sobre você?
- Postura ereta: confiança, autoridade e segurança.
- Postura curvada: desânimo, insegurança ou submissão.
- Cuidado com as suas expressões faciais:
- Sorriso: amizade, felicidade ou simpatia.
- Franzimento da testa: descontentamento, preocupação ou confusão.
- Sobrancelhas erguidas: surpresa, dúvida ou interesse.
- Seu olhar fala muito: o contato visual:
- Contato visual direto: confiança, interesse ou sinceridade.
- Evitar contato visual: insegurança, desconforto ou evasão.
- Olhar fixo prolongado: confronto, interesse intenso ou agressividade.
- Gestos com as mãos:
- Mãos abertas: honestidade, franqueza e receptividade.
- Mãos fechadas ou punhos cerrados: raiva, tensão ou defensividade.
- Apontar: autoridade ou acusação.
- E a posição dos braços?
- Braços cruzados: defesa, desconforto ou desinteresse.
- Braços relaxados ao lado do corpo: abertura, calma e receptividade.
- Movimentos corporais:
- Inclinar-se para frente: interesse e atenção.
- Inclinar-se para trás: desinteresse, indiferença ou avaliação crítica.
- Movimentos repetitivos (balançar os pés, tamborilar os dedos): ansiedade, impaciência ou nervosismo.
- Toque:
- Aperto de mão firme: confiança e cordialidade.
- Aperto de mão fraco: insegurança ou falta de interesse.
- Toque no braço ou ombro: empatia, suporte ou conforto.
- Expressões corporais gerais:
- Gesticulação ampla: extroversão, entusiasmo ou desejo de ser compreendido.
- Gesticulação mínima ou retraída: introversão, nervosismo ou desinteresse.
O que você veste e é o seu cabelo também dizem muito. Cada estilo vai dizer algo sobre a sua personalidade, assim como a escolha do corte de cabelo.
É importante lembrar que a linguagem corporal pode variar entre diferentes culturas e contextos, e a interpretação desses sinais deve levar em consideração o contexto geral e outras formas de comunicação simultâneas. Além disso, a linguagem corporal de uma pessoa pode ser influenciada por fatores momentâneos, como estresse, cansaço ou distração, e não deve ser avaliada isoladamente.
Por isso, é super importante avaliarmos o comportamento como um todo dessa pessoa, para termos conclusões melhores sobre o que ela quer comunicar. Agora se você já sabe desses significados, consegue desenhar o que quer expressar de forma melhor. Uma ótima recomendação é o livro “O Corpo Fala” de Allan e Barbara Pease.
Dentro da comunicação, podemos encontrar diversas estratégias para pensarmos e construirmos, uma identidade que comunique para além daquilo que você veste e fala, aliás toda boa estratégia de comunicação, é sobre sempre ter em vista um conjunto de diversos pilares.
Postado em: