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A lei dos retornos decrescentes e a busca por eficiência

Henry Ford surpreendeu o mundo ao reduzir a semana de trabalho de seis para cinco dias, sem diminuir os salários. Agora, porquê ele fez isso? Entenda a lei dos retornos decrescentes e como ela pode te ajudar em tomadas de decisões.

Em 1926, Henry Ford tomou uma decisão ousada: anunciou que a Ford reduziria a semana de trabalho de seis para cinco dias, sem redução nos salários.

Essa surpreendente decisão deixou o mundo perplexo. Por que um empresário desejaria que seus funcionários trabalhassem menos?

No entanto, essa não foi a primeira vez que Henry Ford tomou uma decisão inesperada. Uma década antes, ele havia aumentado os salários da noite para o dia, a fim de solucionar o problema de alta rotatividade de funcionários. E funcionou.

Os salários mais altos permitiram que a Ford contratasse e retivesse os melhores talentos na competitiva indústria automobilística de Detroit.

Trabalhadores de Ford na linha de montagem fabril
Trabalhadores da Ford na linha de montagem fabril

Com a implementação da semana de trabalho de 40 horas, Ford mais uma vez tinha motivos pragmáticos para sua decisão. Ele percebeu que, após seis dias de trabalho monótono, os trabalhadores estavam exaustos tanto fisicamente quanto mentalmente. A produtividade sempre caía no final da semana.

Além disso, com apenas o domingo de folga, os trabalhadores dedicavam o dia ao descanso. Embora tivessem dinheiro, não tinham tempo nem energia para desfrutar do consumo.

Foi então que Ford teve uma ideia: se os trabalhadores tivessem mais tempo livre, eles poderiam adquirir mais bens, inclusive carros. Além disso, eles se tornariam mais produtivos no trabalho.

Se essa ideia tivesse partido de qualquer outra pessoa que não Henry Ford, provavelmente seria motivo de risos. Mas, mais uma vez, ele estava certo.

Sua decisão teve um impacto tão significativo que outras empresas (e países) seguiram o exemplo.

Quase 100 anos depois, a maioria das empresas ainda adota uma jornada de trabalho de 40 horas.

O que Ford percebeu foi que, após um determinado ponto, aumentar um único fator de produção - mantendo tudo o mais constante - resultaria em retornos cada vez menores.

Isso é conhecido como a lei dos retornos decrescentes.

Primeiros modelos em massa da Ford.
Primeiros modelos em massa da Ford.

Onde os benefícios terminam

Essa lei é encontrada nas diversas áreas de nossas vidas. Um bom exemplo é quando encaramos alguma coisa com perfeccionismo: após certo ponto, dedicar mais tempo a uma tarefa ou projeto cria menos valor. Eu poderia passar mais alguns dias "aperfeiçoando" este artigo, mas o retorno que obteria com essas horas adicionais seria cada vez menor.

O problema com os retornos decrescentes é evidente.

Além do ponto ideal, a eficiência diminui e recursos valiosos são desperdiçados, recursos que poderiam ser mais úteis em outras áreas.

gráfico diminishing returns
Gráfico dos retornos decrescentes, ou diminishing returns.

Agora, como sabemos se já passamos do ponto dos retornos decrescentes?

A ótica do custo por uso

Particularmente eu gosto de usar um raciocínio que chamo de custo por uso. Obviamente, ele não pode ser utilizado isoladamente, para não enviesar uma análise.

Vamos pegar 3 exemplos onde fica claro a lei dos retornos decrescentes.

1. Passagens de avião

À medida que aumentamos a categoria do voo, o preço das passagens aumenta de maneira mais substancial que o benefício adicional que você obtém em termos de conforto e serviços. Em outras palavras, o retorno que você recebe pelo aumento de custo não é proporcional.

Primeira classe vs classe executiva. Veja como os benefícios do conforto não acompanham a subida dos preços.

Se pegarmos uma viagem para Paris, saindo de São Paulo, em alta temporada, viajando de primeira classe, encontramos voos de 80 mil reais. Para um voo de 12 horas de duração, isso significa que estamos pagando 6500 reais por hora de voo!

Isso representa a diária de um hotel de 5 estrelas na Champs Elysees. Concordamos que esse recurso é bem mais aproveitado aqui, né?

Na dúvida, inverta a pergunta.

Inverter a perguntar é um bom jeito de avaliar quanto você realmente valoriza um bem.

Imagine você de primeira classe e eu de econômica em um mesmo voo. Se no meio da viagem eu te oferecesse 6500 reais para trocarmos de assento por 1 hora, você aceitaria?

2. Roupas

Quem nunca comprou uma roupa que após a primeira lavagem ficou torcida? Ou acabou desbotando?

Se analisarmos a peça mais comum entre os guarda roupas masculinos, a camiseta básica, vemos que o preço pode variar de 29 reais até valores acima de 2 mil, por peça, em grifes de luxo.

A lei dos retornos decrescentes não seria diferente quando o assunto é vestuário.

A indústria da moda é notoriamente complexa de analisar devido à influência da paixão por marcas. O branding muitas vezes tenta justificar os custos elevados, exagerados, das marcas de luxo. Por ser uma indústria impulsionada pelo desejo e pela busca por status, encontrar uma marca em que o preço realmente reflita a qualidade é um desafio.

Muitas vezes, somos levados a acreditar que pagar mais por uma peça de roupa de uma determinada marca garantirá uma qualidade superior, mas nem sempre isso se verifica na realidade.

Do outro lado do espectro, se analisarmos o custo por uso de uma camiseta de lojas de departamento ou marcas que não se preocupam com a qualidade das peças, o preço que você paga por uso é altíssimo.

Facilmente encontramos camisetas de algodão sendo vendidas por 140 reais, que duram 2 a 3 lavagens e já desbotam ou torcem seus fios.

Isso representa por volta de 60 reais por uso!

Existe, para cada peça, um ponto ótimo! Ponto onde a qualidade de acabamento, modelagem, costura, tecidos e insumos utilizados encontram o valor justo.

Na Oficina buscamos encontrar esse ponto ideal. Fazemos isso com nosso time de engenharia de produto e o time de planejamento, que balizam todas essas variáveis.

Nossa coleção de Essenciais, é um exemplo disso. Fora as outras demais peças.

A Camiseta Pima Premium da Oficina, para efeito de comparação, custa hoje 329 reais.

Enquanto escrevo esse texto estou usando a minha camiseta azul marinho, que já usei e lavei incontáveis vezes e continua nova.

Particularmente a devo ter lavado umas 10 à 15 vezes, sem nenhum problema. O custo por uso da minha camiseta pima está em 20 reais e segue abaixando!

Não somos ricos o suficiente para comprar roupas baratas.

3. Cadeiras de trabalho

Para quem trabalha em home office, nossa cadeira de trabalho é o lugar que ficamos pelo menos umas 6 a 8 horas sentados por dia.

Cadeiras de escritórios medianas são vendidas por 1200 reais. E para as de qualidade, o céu é o limite.

Embora cadeiras de alta qualidade, como a Aeron da Hermann Miller, possam inicialmente apresentar um custo mais elevado (11.000 reais), elas oferecem conforto ergonômico e durabilidade excepcionais. Tão duráveis que a garantia delas é de 12 anos.

Uma cadeira boa, ao meu ver, aumenta sua produtividade, a longevidade da sua coluna e te poupa de recomprar, em um ciclo de 15 anos, outras várias cadeiras medianas.

Sua coluna agradece.

Cadeira Aeron, da Hermann Miller, uma das mais famosas do mundo.

No entanto, à medida que o custo aumenta, o benefício adicional em termos de conforto e longevidade não acompanham proporcionalmente, vide as cadeiras da mesma marca alemã, porém da categoria de 24 mil reais para cima.

Custo por uso?

Se pegarmos a Aeron custando 11 mil e dividirmos o seu valor pelos dias onde sua garantia está válida (12 anos), o custo diário da cadeira fica por volta de 2,50 reais, mais barato que uma cápsula de café, com benefícios muito maiores.

Você pagaria apenas 2,50 para ficar o dia todo sentado em uma cadeira confortável economizando a longo prazo? Invertemos a pergunta novamente, viu como ajuda a tomar uma decisão?

O mesmo raciocínio vale para uma cama e colchão de qualidade.

Passamos 30% das nossas vidas nele.

Sonhos são difíceis de quantificar

No exemplo das passagens aéreas, mostrei que não vale a pena investir em voos de primeira classe?

No caso da cadeira de trabalho, elevei o padrão da cadeira ideal?

Talvez, mas todas essas decisões dependem também de variáveis subjetivas, como seus desejos, sonhos e prioridades financeiras.

Os itens podem valer em si o custo benefício, porém, ele pode conflitar com o custo de oportunidade do dinheiro para outras necessidades não satisfeitas.

Por isso a importância de não analisar custo por uso isoladamente.

Se o Henry Ford estivesse conosco nos dias de hoje, ele certamente trabalharia em uma cadeira da Hermann Miller, voaria de executiva e usaria roupas da Oficina.